Sistelo e a Branda do Alhal. A beleza que não precisa de comparações!

Sistelo (foto: José Marques)

Não precisamos de comparações, temos um país bonito. Por si!


Estamos sempre a ouvir comparações entre locais e cidades portuguesas com outros locais e cidades do resto do mundo, como se precisássemos de ser “parecidos” com terras famosas para nos valorizarmos. Vivo perto de Aveiro, e cresci a ouvir a expressão “Veneza de Portugal”. Por mais bonita que Veneza seja, e é, Aveiro não precisa disso, é bonita por si mesma. E tem coisas que Veneza não tem, e vice versa, claro, cada uma das cidades tem os seus encantos, sem termos de comparar nem dar valores de mais e menos. Aveiro é Aveiro e Veneza é Veneza.

E neste campo das aldeias, da ruralidade, que tanto tem para nos presentar quando passeamos pelo nosso bonito retângulo, existe um outro exemplo do qual não resisto referir. Sistelo, o “pequeno Tibete português”.

Sistelo (foto: José Marques)
Sistelo (foto: José Marques)


Em conversa com um outro amigo amante das ruralidades, o José, que me contou um dos seus passeios por aqueles montes, e que partilhou aqui connosco as fotos que podemos ver, tem a mesma opinião que eu – e aproveito para agradecer tanto a conversa como a partilha das fotos, com mais a caminho.
Por mais bonito que seja o Tibete, lá com os monges budistas e animais peludos e fofinhos, e até é mesmo bem bonito, claro, não precisamos, por cá, de ficar colados a isso. Comparar porquê e para quê?
As semelhanças ficam pela beleza dos montes e vales, pelo ar paradisíaco. Mas então cada par de montanhas bonitas que existe são “como o Tibete”? Ou são o que são, como são, com o seu próprio nome?

Sistelo (foto: José Marques)
Sistelo (foto: José Marques)


Lá é lá, com as coisas de lá, seja onde for, e cá é cá, com as nossas próprias belezas. Não somos pequenos tirando na geografia, por isso podemos promover os nossos próprios nomes, as nossas próprias localidades, regiões, cidades. Até andamos na moda lá fora, somos um destino desejado, e não é por sermos parecidos com ali ou acolá!
Se calhar podemos promover as nossas localidades, regiões, serras e montes, cidades e aldeias, pelos seus próprios nomes, pelas suas próprias belezas e características.

O Sistelo é mesmo um bom exemplo, e não se fica pela aldeia em si, tem toda uma belíssima região envolvente que contém mimos espalhados para quem gosta de fazer turismo de repouso, de descanso, de relaxamento, de natureza. Enfim, para quando queremos ou precisamos de sair das filas de trânsito e do barulho constante de carros. Nessa envolvente podemos aqui referir e mostrar algumas fotos de um bom exemplo de um belo miminho que podemos encontrar monte acima e perto da Aldeia do Sistelo – a Branda do Alhal. Já voltamos a referir este pequeno “miminho”.
Aldeia do Sistelo, norte de Portugal, perto da raia, concelho de Arcos de Valdevez, nas portas no Parque Nacional da Serra do Gerês, e classificada Monumento Nacional, onde nasce o rio Vez.
Os belos socalcos, desenhados e esculpidos nos montes com árduo trabalho que passou de geração em geração, ao longo de tempos incontáveis, deram aquela paisagem, um ar de quadro impressionista. Mas vivo, com alma, com ruas de pedra marcadas pelas rodas das carroças e de séculos de vida, e onde podemos parar e deixar passar o tempo, mas sem o sentir a passar. Numa paisagem assim, o tempo até deixa de o ser.
Vale a pena conhecermos os nossos cantos escondidos, e quase esquecidos. Viajamos por vezes para longe para encontrar paraísos e esquecemos os nossos, os que por cá temos.

Branda do Alhal (foto: José Marques)
Branda do Alhal (foto: José Marques)


E não temos de ficar a olhar para os socalcos uma semana inteira, desenganem-se os que acham que um local se esgota em si mesmo. Basta andar um pouco para encontrarmos locais de beleza igual ou maior do que os locais que fomos visitar. Referi atrás a Branda do Alhal. Um bom exemplo do que se pode encontrar a passear por perto da Aldeia do Sistelo. Estão aqui algumas fotos da beleza que podemos encontrar por aqueles montes fora.

Branda do Alhal (foto: José Marques)
Branda do Alhal (foto: José Marques)


Para quem gosta de caminhar, aqui está um bom passeio, entre o Sistelo e a Branda do Alhal. Para quem não gosta, o passeio é bonito na mesma. Vale a pena conhecer, passear e contar, estes pequenos cantos aqui partilhados.
Estes e muitos outros. De carro, bicicleta, mota ou a pé, podemos usufruir, no nosso pequeno enorme retângulo, de paisagens paradisíacas, de experiências únicas, de beleza imensurável. E sem precisar de ir a Itália ou à Ásia!
Tiago Manuel

6 comentários em “Sistelo e a Branda do Alhal. A beleza que não precisa de comparações!”

  1. O Sistelo é lindíssimo! Para quem gosta de caminhar, fica aqui a sugestão dos passadiços do Sistelo, inseridos na ecovia do Vez.
    Concordo contigo. É urgente pararmos de nos compararmos e valorizarmos cada vez mais o que temos por cá. Só assim o podemos apresentar como o que é realmente – algo único!
    Beijinhos

  2. Já fui feliz no sistelo! E não precisa parecer-se com absolutamente nada mais do que o sistelo para ser bonito. Obrigada pelo pensamento Homem Comum 😏

  3. Bom dia Erika! Ainda que que pudeste refletir em coisas novas, isso é sempre bom.:) Obrigado eu também! Um beijinho e tudo de bom para esses lados e para os novos trabalhos!

  4. Obrigado por deixares a sugestão para todos, é uma boa sugestão. Ou parece ser, gosto de passear de carro, de bicicleta, de kayak, enfim, gosto de passear sentado. Já andar a pé…:) Mas faz bem e naquela paisagem melhor ainda.:) Beijinhos Carla, obrigado de novo!

  5. Obrigado pelo comentário Andreia. De certeza que, se conheces, e mais, se foste lá feliz, não precisas de facto de comparar aquilo com lado nenhum. A memória que te ficou foi de um sítio bonito, não de um sítio parecido com um outro sítio bonito.:) Beijinhos e bom domingo!

Deixe um comentário